Figura 01: grafite
Figura 02: pintura rupestre
Arte parietal – da pintura rupestre ao grafite- marcos e marcas da evolução humana
Desde o princípio, o homem sempre procurou representar-se e representar as coisas que o cerca. Procurou também ao longo dos tempos produzir ferramentas para facilitar seu trabalho e para ajudá-lo a superar suas limitações. Uma das maneiras de superar essas limitações foi encontrada na arte.
Pela arte a história da humanidade se construiu e o homem pôde perpetuar-se e descobrir possibilidades procurando delimitar suas fronteiras, embora: “Geograficamente, a história da arte não encontra limites em nosso universo e, cronologicamente, cobre todas as facetas da atividade humana sobre a Terra, da mais remota pré-história até os nossos dias”. (BARRAL, 1994, p.10)
Através da História da arte, há a possibilidade de um contato mais próximo com o que o homem produziu culturalmente e veio acumulando no decorrer da sua história até os nossos dias deixando como marca registrada a sua evolução.
Arte Rupestre no Brasil
O território brasileiro já era habitado por grupos nômades, caçadores, pescadores que provavelmente vieram da Austrália, da Oceania ou da Ásia muito antes da chegada de Pedro Álvares Cabral.
Isto foi comprovado através das escavações e análise de objetos e desenhos nas pedras deixados pelos primitivos.
As pinturas e gravuras deixadas por eles são o testemunho de sua passagem. Consta na literatura que, esses registros em diferentes suportes de pedra são chamados de arte rupestre ou itacoatiaras palavra tupi que quer dizer pedra pintada: paredes e tetos de cavernas e abrigos, blocos no chão, pedras nos leitos dos rios, e lajes a céu aberto.
As mais antigas pinturas rupestres brasileiras encontradas nas cavernas estão no Parque Nacional Serra da Capivara na região de São Raimundo Nonato, no sudeste do estado do Piauí.
Em outras regiões do Brasil também há registros de arte rupestre. Dentre estas regiões mais conhecidas estão Naspolini no estado de Santa Catarina, Lagoa Santa, Varzelândia e Diamantina em Minas Gerais, Toca da Esperança região central da Bahia e Florianópolis, regiões do Seridó e Chapada do Apodi, Lageado de Soledade no Rio Grande do Norte, Itapetim nascente do rio Pajeú, Sítios Boa Vista e Riacho Salgado e no município de Afogados da Ingazeira e Carnaíba no Estado do Pernambuco.
No Maranhão a maioria da população ainda desconhece a riqueza arqueológica do estado no que consiste aos registros rupestres. Isso tem uma explicação em função da falta de instituições, falta de atenção dos órgãos competentes em todas as esferas no investimento de estudos e pesquisas sobre a história da população pré-colonial que aqui vivia.
Certo é que no Estado do Maranhão assim como em outras regiões do Brasil , algumas até já citadas encontra-se um tipo de vestígio arqueológico denominado grafismo rupestre, embora esse tipo de registro seja ignorado na região pela ausência de pesquisas.
Entre os municípios maranhenses tidos como referência no que se trata de arqueologia pode-se citar Tasso Fragoso localizada no Sul do Maranhão, no pólo Chapada das Mesas. A cidade considerada “um tesouro arqueológico a ser descoberto” faz divisa como Estado do Piauí, limitando-se com os municípios de Balsas, Simbaíba e Alto do Parnaíba.
O município dispõe de uma riqueza em cavidades naturais, e possui milhares de gravuras e pinturas rupestres encontradas nas paredes das grutas, situadas em toda a região da cidade. Nas grutas encontram-se pegadas de animais, seguidas por pegadas humanas, folhas de palmeiras e instrumentos de caça, que podem simbolizar um ritual de caça. (Jornal CAZUMBÀ, janeiro 2010, p. 10)
As inscrições petrográficas ou desenhos rupestres em Tasso Fragoso são classificadas por estudiosos e pesquisadores do assunto como um verdadeiro achado arqueológico.
Contudo, é preciso a implementação de políticas públicas que dêem condições de localizar, mapear e pesquisar novos sítios na região e também políticas para conservação e proteção dos sítios já descobertos e cadastrados.
Grafite - arte rupestre contemporânea – reflexo de um passado muito presente
Milenares ou atuais as marcas do homem estão registradas nas paredes sejam elas lisas ou irregulares, sejam as marcas monocromáticas ou policromáticas, foscas ou florescentes sejam para protestar sejam para ornar. O certo é que não é de hoje que essas marcas estão presentes e manifestadas pela pintura rupestre, esta considerada uma das primeiras manifestações materiais deixadas pelo homem sobre a terra.
A pintura evoluiu sofrendo alterações quanto aos termos utilizados, às técnicas e uso de materiais dos mais artesanais aos industrializados acompanhando também a evolução das sociedades à medida que o tempo foi passando.
Nas grandes civilizações da Antiguidade, especialmente no Egito, Grécia e Roma, a utilização de variadas técnicas (mosaico, pintura, escultura) auxiliou a perpetuar as paredes como autênticos ateliês demonstrativos da cultura desses povos. O passar do tempo aperfeiçoou ainda mais essa arte/forma de comunicação. Não é possível desprezar, por exemplo, os belíssimos painéis nas paredes de prédios públicos da capital mexicana, que retratam a história daquele país, produzidos por Diego Rivera./www.universia.com.br/docente.
O grafite é um termo dado a um dos tipos de pintura também parietal que se utiliza como suporte os muros das cidades fazendo parte da paisagem urbana.
Contudo, a proposta de ambas as pinturas, rupestre e grafite se assemelham em dois aspectos. O primeiro refere-se ao fato de não terem sido concebidas com a intenção de tornarem-se arte apesar de terem adquirido tal status.O segundo aspecto em comum é registrar e expressar graficamente a maneira de pensar e agir do homem pré-histórico e do homem contemporâneo na busca da compreensão de si do outro e do meio em que viveu e vive.
Numa eterna tentativa de dar e receber respostas o homem lançou mão
da arte da pintura e até hoje se utiliza dela no lançamento de questões a serem resolvidas mantendo a história da arte parte integrante e inegável no nosso cotidiano.
REFERÊNCIAS:
BARSA, NOVA ENCICLOPLÉDIA. São Paulo. Consultoria – Editora Ltda, 2001. Vários colaboradores. Obra em 18 V.ISBN – 85 – 7026 – 521 – 2 (Obra completa) Volumes: 02, 05, 07, 12.
GARCEZ, Lucília; OLIVEIRA, Jô. Explicando a arte brasileira. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003
CAZUMBÁ jornal turístico e cultural do Maranhão. ANO VIII Nº 69 janeiro/2010 São Luis MA
EDUCAÇÃO artística brasileira e universal. São Paulo: SBJ Produções.Vídeo (30), DVD, Som Color,1997.
PESSOA, Raimundo Morais Pessoa Filho. A arte no Ensino Fundamental. Trabalho Monográfico. UEMA, Açailândia: 2006.
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ática, 2000
SITES CONSULTADOS
http://max.org.br/biblioteca/Revista/Anais2WS/Rupestres-no-Maranhao.pdfhttp://www.naya.org.ar/congreso2002/ponencias/arkley_marques_bandeira.htmhttp://www.universia.com.br/docente/materia.jsp?materia=10454http://www.flickriver.com/photos/selusava/http://www.ab-arterupestre.org.br/arterupestre.asp
Questões para debate:
1-Qual a relação entre pintura rupestre e grafite?
2-Nos dias atuais, a arte rupestre ainda é um enigma a ser desvendado?
3-O grafite leva à reflexão?
4-Tanto na pintura rupestre quanto no grafite, há uma ideologia por trás desses tipos de pinturas?